
Para a consultora, cada profissional deve estabelecer um prazo para
fazer a transição de acordo com a sua condição profissional e o seu
orçamento. “Se precisar juntar uma grana antes de deixar o emprego, por
exemplo, se organize para ficar por mais um tempo”, recomenda.
Leopoldo Grajeda, professor de Finanças do Ibmec, explica que o
planejamento financeiro varia de pessoa para pessoa e cada uma deve
montar o seu orçamento a partir das despesas específicas que tem. Assim,
para saber quanto você gasta por mês, é necessário levar em
consideração se você mora sozinho, com os pais ou os amigos, se paga a
faculdade e a conta do celular, quanto de dinheiro investe em
restaurantes e baladas, por exemplo. Depois de colocar tudo no papel, é
mais fácil considerar quais são os gastos imprescindíveis e supérfluos.
Segundo ele, quanto mais antecedência o profissional tiver antes de
se demitir, melhor para o bolso. “A pessoa que pensa em largar o emprego
daqui a dois anos, por exemplo, deve poupar um pouco mais do que o
recomendado, que é 10% do salário todo mês, e cortar todas as despesas
que não forem essenciais”, diz.
Fechando a mão – No entanto, se a intenção de deixar
a empresa é no curto prazo, é preciso agir rápido. “Quem no começo do
semestre já sabe que não será efetivado no estágio, por exemplo, pode se
organizar para juntar de 30% a 40% da bolsa-auxílio todo mês”, afirma.
“Já quem tem só mais três meses antes de deixar a empresa, precisará
economizar pouco mais da metade do salário – o que é bem mais difícil.”
Foi o que aconteceu com Kleber William, 28 anos, consultor de
Marketing Digital, que economizou por três meses antes de pedir demissão
da empresa de comunicação visual em que trabalhava. “Procurei gastar
menos de maneira geral e também comecei a atuar como freelancer, para
aumentar a renda mensal”, conta.
Como queria trabalhar como autônomo, Kleber propôs à empresa que
continuasse cuidando da Comunicação como consultor e assim fechou um
contrato temporário de seis meses. “Mudar o vínculo empregatício foi uma
boa maneira de me desligar da empresa. E mesmo que eu ganhasse menos
como consultor, tinha mais flexibilidade para tocar os outros projetos”,
conta ele, que economizou cerca de R$ 5 mil, descontados os
investimentos feitos para montar seu escritório.
Poupar nunca é demais – Para quem vai começar a
guardar dinheiro antes de sair da empresa, o professor do Ibmec destaca a
poupança como a melhor opção de investimento. “Em geral a poupança tem
um rendimento baixo, mas para investir quantias pequenas não existe
melhor alternativa”, diz.
De acordo com ele, poupar é um hábito que deve ser estimulado por
todos os profissionais. “O ideal é sempre ter uma reserva de cerca de
seis meses de salário, para qualquer eventualidade.”
Além disso, a temporada de economia antes da demissão já funciona
como um treinamento para o período em que o jovem ficará sem receber
salário. “Se ele notar que não conseguirá viver com uma renda menor, é
preferível segurar mais um pouco e só deixar o emprego quando tiver
outro engatilhado”, conclui.
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