No mês de abril o
Governo do Estado da Paraíba havia decretado estado de emergência por
conta da seca em 195 municípios do estado. Com o início do inverno, as
chuvas caíram no Sertão, mas não foi o suficiente para melhorar a
situação dos sertanejos. A região vive um longo período de estiagem e
os moradores sofrem com a falta de água potável.
Na zona rural
de Sousa são poucos os açudes e os que existem estão com o volume de
água baixo. Os moradores têm cisternas construídas, mas precisam
recorrer a meios alternativos, como barreiros, poços, açudes. A
agricultora Damiana Soares precisa beber a água do açude. "É só um
carro para abastecer a região, aí quando falta a gente bebe daqui
mesmo. Essa água não serve nem para ser filtrada de tão barrenta e
pesada que é", disse.
Já na casa da
agricultora Doralice Gonçalves existe cisterna, mas a serventia não é a
ideal. Ela ficou com medo de limpar a cisterna para receber o novo
abastecimento porque nunca se sabe quando chega este abastecimento. O
último foi há três meses e, enquanto o caminhão pipa não chega trazendo
litros de esperança, a família utiliza a água suja sem tratamento.
Ela, o marido e
as duas filhas matam a sede com esta água cheia de resíduos. "As minhas
filhas têm disenteria de vez em quando. O meu marido só tem um rim e se
adoecer nós vamos viver de quê? A situação é essa", disse. A água para
tomar banho, cozinhar e lavar roupas é ainda pior. Ela tem que pegar no
açude para não gastar a água usada para beber. A cor amarelada e
barrenta dá sinais de que a qualidade não é boa. "Não tem outra, tem
que usar ela mesmo. Do jeito que está aí eu uso", disse.
A constatação
ainda mais forte é que o calor e o mormaço da região fazem com que os
animais entrem nos reservatórios das quais as pessoas utilizam a água.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística (IBGE), 880 mil pessoas convivem com a seca, pois não têm
água potável em casa.
G1
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