
Seria perfeito se ela não fosse uma cabra. Castaldo diz que vai se
casar com o animal no dia 13 de outubro, à meia-noite, na Igreja do
Diabo, também na cidade do interior paulista, comandada pelo cineasta
Antonio Aparecido Firmino, o "Toninho do Diabo".
Viúvo e pai de sete filhos, Castaldo diz estar apaixonado pela cabra há
dois anos e crê na aceitação do casamento pela neta de 19 anos e pelo
bisneto, de três, que dividem a casa com ele – a cabra vai dormir na
cama do "marido" quando os dois estiverem casados.
A ideia de realizar o casamento foi de Toninho do Diabo, autor de
filmes trash, como "O Ataque dos Pneus Assassinos" ou o mais recente, "A
Fazenda do Diabo", conforme contam os dois. "Ele já foi figurante de
filmes meus", afirma o dono da igreja. "Graças ao bom Pai, a organização
do casamento está dando certo", diz o cineasta.
Carmelita, com cinco anos de idade, é a segunda cabra que "encantou" o
aposentado. Antes, conforme conta, já havia pensado em se casar com
Geroma, mas ela morreu.
Castaldo pretende fazer um churrasco para comemorar o casamento. "Mas
não vai ser com carne de cabra", avisa. Para a véspera, o cineasta, que
vai celebrar a união na igreja que fica na sua casa (a matriz é em
Governador Valadares, em MG, conta), diz ter recebido o convite de uma
casa noturna de Jundiaí para realização de uma confraternização, a
"Festa da Cabra Maluca", com apresentações de bandas de rock.
Recusa de igrejas
Com fala simples, Castaldo não teme perseguição de sociedades
protetoras de animais, mas confessa que tem sido cobrado por
evangélicos. "Eu busquei outras igrejas para celebrar o casamento, mas
nenhuma quis fazer. Por isso procurei a do Toninho do Diabo, um velho
conhecido da família."
Atualmente, a Lei de Crimes Ambientais prevê detenção, de três meses a
um ano, e multa para quem abusar, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados (nativos ou exóticos). A legislação em vigor
estabelece o aumento da penalidade de 1/6 a 1/3 no caso de os
maus-tratos resultarem na morte do animal.
Mas, segundo o delegado Marcel Fehr, titular da DIG (Delegacia de
Investigações Gerais) de Jundiaí, para a polícia agir teria de ser
configurada uma denúncia de maus-tratos por meio de entidades como
Zoonoses, Vigilância Sanitária ou entidades protetoras de animais.
"Vê-se a prática de zoofilia [sexo com animais] livremente em filmes por
aí. Não sei se será crime não havendo maus-tratos", afirma.
"Legalmente, porém, essa união não existe."
Castaldo planeja ter noite de núpcias com a cabra, mas não revela como
será a intimidade do casal. O aposentado está à procura de uma
costureira que faça um novo vestido de noiva. Mas a cabra já comeu o véu
quando estava em um programa de televisão.
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