A ausência dos deputados do PMDB na cerimônia de posse de seis ministros,
que ocorreu hoje (17) no Palácio do Planalto, é um indício de que a
crise entre o governo federal e a segunda maior bancada da Câmara dos
Deputados continua. A tentativa do governo de melhorar a relação com o
PMDB vai ter novo capítulo no fim da tarde, quando o líder da legenda na
Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), se encontra
com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com os ministros
José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações
Institucionais).
Na pauta do encontro, está o marco civil da internet,
que tramita em regime de urgência constitucional e, por isso, desde o
ano passado, trava a pauta de votações no plenário da Câmara. Até que o
texto seja votado, nenhuma outra matéria pode avançar. O líder Eduardo
Cunha e parte do partido não concordam com pontos considerados
essenciais para o governo na votação, como a neutralidade da Internet.
Depois de participar da posse dos ministros, o líder do PMDB no
Senado, Eunício Oliveira (CE), avaliou que divergências são normais
dentro de um partido do tamanho do PMDB, mas admitiu que o clima entre o
Planalto e o partido ainda não está 100%. “Estou trabalhando para que
[a crise] acabe de uma vez, mas, por enquanto, nós ainda temos alguns
resquícios, alguns incêndios pequenos que nós precisamos apagar”,
reconheceu. “Eu não conversei com o líder Eduardo Cunha, mas se há uma
reunião marcada para se conversar, para distender e para negociar as
questões de votações que existem na Câmara, eu acho que isso é
fundamental. Do meu ponto de vista, se essa reunião acontecer é
louvável.”
Ainda segundo o senador, a crise de votações e de convocações em
massa de ministros aconteceu somente na Câmara, mas o partido não está
dividido. “Isso não quer dizer que o partido está rachado. Não há uma
divisão entre Câmara e Senado”, minimizou.
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