quarta-feira, 6 de abril de 2016

Atraso em obras de unidade de saúde e creche deixa moradores indignados

Prefeito de Vargem Grande do Sul, Cesar Itaroti (PTB) (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)Do G1 São Carlos e Araraquara

Duas obras de creche e de unidades básica de saúde poderiam ajudar os moradores de Vargem Grande do Sul (SP) estão paradas há mais de um ano. Com acúmulo de mato, os espaços atraem animais peçonhentos e causam preocupação para a vizinhança. A Prefeitura alegou falta de verba e demora no repasse para dar continuidade aos projetos.

No bairro Chácara Vargem Grande, uma placa anuncia a construção da nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que serviria para atender os moradores da cidade e de outros municípios, mas a construção não saiu dos planos iniciais.

Ao invés de ajudar, a área de mais de 680 metros quadrados está atrapalhando muita gente. “É complicado, já encontrei dois escorpiões aqui, é perigoso picar alguém”, contou Ederson da Cunha, que trabalha em uma serralheria ao lado do local.

A construção, que deveria trazer atendimento de urgência e emergência, salas de exames e enfermagem, virou ponto de tráfico para usuários de drogas. “A turma está fumando maconha o dia inteiro. Os policiais passam de vez em quando, mas só passam e vão embora”, relatou o pedreiro Antônio Cássio de Oliveira.

Creche
Em outro ponto da cidade, no bairro Jardim Fortaleza, a obra da creche foi paralisada por problemas no contrato com a construtora e por um inquérito aberto pela Câmara dos Vereadores para apurar denúncias de superfaturamento na construção.

Enquanto ela permanece parada, a população sofre com falta de vagas nas creches de outros bairros. “A minha nora está precisando de vaga para as duas crianças pequenas, então eles acabam passando necessidades porque ela precisa trabalhar para ajudar o marido, mas não tem com quem deixar as crianças”, contou  a cabeleireira Rita Rodrigues.

Segundo a Prefeitura, a obra tinha previsão de término no ano passado, mas faltou verba do governo federal e problemas com o contrato da construtora. Na cidade, existem cerca de 14 obras paradas, mas a Prefeitura afirma que é por falta de dinheiro do município e corte no repasse de verbas.

“Não foram todas que ficaram paradas, é que tem obra que não conseguimos terminar em 2015, mas serão entregues em 2016. Se Deus quiser, em abril as três unidades já estarão funcionando”, explicou o prefeito Celso Itaroti (PTB).

Em relação à creche, Itaroti afirmou que a obra foi finalizada e mobiliada, mas a construção foi feita pelo governo estadual em uma área sem infraestrutura urbana, onde em volta só há mato. “Nós estamos brigando com governo por verba. Não tem asfalto, não tem água e esgoto, então fica difícil, como traremos as crianças para cá? Não dá”, concluiu o prefeito.

Dever do município
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado informou que o programa Creche Escola visa auxiliar os municípios e aumentar o número de vagas na educação infantil, por meio de convênios firmados com as prefeituras paulistas.

A Pasta esclarece que, na iniciativa, a educação fica responsável por repassar os valores financeiros e acompanhar o andamento das construções. Já as prefeituras devem apresentar o terreno, realizar a licitação e condução dos serviços. Portanto, a escolha do local para a construção da unidade foi realizada pela administração municipal.

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