Comprimido pode melhorar adesão dos pacientes ao tratamento da aids, reduzindo as chances de o vírus se tornar resistente aos antirretrovirais
Testes clínicos envolvendo um comprimido que combina quatro drogas para
o tratamento da aids mostraram que essa é uma alternativa segura e
eficaz para pacientes recém diagnosticados com a doença. Segundo a
pesquisa, publicada na edição desta semana da revista The Lancet,
a pílula 'quatro em um', chamada Quad, tem uma atuação mais rápida, não
apresenta efeitos colaterais neuropsiquiátricos e pode melhorar a
adesão das pessoas ao tratamento.
Saiba mais
Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo
impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a
evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da
pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o
tempo e a qualidade de vida do portador de Aids. Desde 1996 o Brasil
distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam
de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco
classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo
menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de
classes diferentes.
O pilar do tratamento destinado a um paciente infectado pelo vírus HIV é a combinação de ao menos três antirretrovirais.
Essas drogas, embora reduzam drasticamente a presença do vírus no
sangue, não conseguem agir nos vírus que estão inativos no organismo,
e, portanto, não são capazes de curar a doença.
Os autores do estudo, que são do Hospital Brigham and Women, ligado
à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, explicam que a adesão do
paciente à terapia contra a aids é vital, e que deixar de tomar algum
medicamento pode fazer com que o vírus HIV passe a ser resistente às
drogas. “Trabalhos têm demonstrado que tratamentos com uma única pílula
melhoram a adesão e a satisfação do paciente, além de ajudar a evitar
erros de prescrição e reduzir a probabilidade de falha do tratamento e
a resistência à droga”, diz o coordenador da pesquisa, Paul Sax.
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