segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pílula que concentra quatro drogas diferentes anti-HIV se mostra eficaz e segura em testes clínicos

Comprimido pode melhorar adesão dos pacientes ao tratamento da aids, reduzindo as chances de o vírus se tornar resistente aos antirretrovirais

Vírus HIV
Testes clínicos envolvendo um comprimido que combina quatro drogas para o tratamento da aids mostraram que essa é uma alternativa segura e eficaz para pacientes recém diagnosticados com a doença. Segundo a pesquisa, publicada na edição desta semana da revista The Lancet, a pílula 'quatro em um', chamada Quad, tem uma atuação mais rápida, não apresenta efeitos colaterais neuropsiquiátricos e pode melhorar a adesão das pessoas ao tratamento.


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ANTIRRETROVIRAIS
Esse grupo de medicamentos surgiu na década de 1980 e atua no organismo impedindo a multiplicação do vírus. Eles não matam o HIV, mas ajudam a evitar que ele se reproduza e enfraqueça o sistema imunológico da pessoa infectada. Por isso, seu uso é fundamental para prolongar o tempo e a qualidade de vida do portador de Aids. Desde 1996 o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 19 medicamentos, divididos em cinco classes diferentes. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes.
O pilar do tratamento destinado a um paciente infectado pelo vírus HIV é a combinação de ao menos três antirretrovirais. Essas drogas, embora reduzam drasticamente a presença do vírus no sangue, não conseguem agir nos vírus que estão inativos no organismo, e, portanto, não são capazes de curar a doença.

Os autores do estudo, que são do Hospital Brigham and Women, ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, explicam que a adesão do paciente à terapia contra a aids é vital, e que deixar de tomar algum medicamento pode fazer com que o vírus HIV passe a ser resistente às drogas. “Trabalhos têm demonstrado que tratamentos com uma única pílula melhoram a adesão e a satisfação do paciente, além de ajudar a evitar erros de prescrição e reduzir a probabilidade de falha do tratamento e a resistência à droga”, diz o coordenador da pesquisa, Paul Sax.

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