O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltou a decepcionar no
segundo trimestre deste ano, crescendo somente 0,4% (1,6% em termos
anualizados), comparado ao trimestre anterior, na série livre de influências
sazonais. O resultado, que ocorreu mesmo com forte redução dos juros e diversas
medidas tributárias e creditícias de estímulo adotadas desde o segundo semestre
do ano passado, consolida o pessimismo em relação ao crescimento em 2012,
levando a projeções de 1,5% no ano ou até menos.
Os dados
do PIB do segundo trimestre foram divulgados nesta sexta-feira, no Rio, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Foi
o que se previa, um desempenho ruim, e o segundo semestre não parece nada
tranquilo, dadas as sinalizações de julho e agosto", diz Sérgio Vale,
economista da MB Associados. Ele reviu a projeção do ano de 1,5% para 1,3%, e
prevê crescimento da apenas 3% em 2013.
Na ponta
mais otimista, há análises como a do departamento de pesquisa de mercados
emergentes do banco inglês Barclays, para o qual "o pior da atividade já
ficou para trás e a recuperação já está começando a emergir no Brasil". O
relatório cita a queda de estoques de veículos como fator positivo para o
terceiro trimestre.
Em
relação ao mesmo período de 2011, a expansão no segundo trimestre foi de apenas
0,5%, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2009, em plena crise global.
Recuos na
indústria, nos investimentos e nas exportações foram os principais responsáveis
pelo mau resultado do PIB no segundo trimestre. Essa retração foi
contrabalançada pelo ritmo apenas moderado de crescimento dos serviços e do
consumo das famílias, insuficiente para produzir um resultado mais animador do
PIB total no segundo trimestre.
O único
bom desempenho ficou por conta da agropecuária, que cresceu 4,9% (21%
anualizado) no segundo trimestre, na comparação com o primeiro, livre de
influências sazonais. O setor foi puxado pelo crescimento das safras de milho,
café e algodão. Porém, representando apenas 5,5% do PIB, a agropecuária não fez
forte diferença no resultado total.
Mesmo com
o fraco desempenho, o PIB de abril a junho registrou melhora em relação aos
três trimestres anteriores, período em que a economia ficou parada, com taxas
de respectivamente 0,2% negativo, 0,1% e 0,1% do terceiro trimestre de 2011 ao
primeiro de 2012 (na comparação dessazonalizada com os trimestres anteriores).
Nos quatro trimestres até o fim de junho, o PIB brasileiro cresceu apenas 1,2%.
A
indústria teve um recuo de 2,5% no segundo trimestre, ante o primeiro, na série
sem influências sazonais. No mesmo critério, a indústria de transformação também
recuou 2,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário