sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

E porque não

Por Antonio Cabral*

Você já imaginou, hipoteticamente falando, se surgisse um nome diferenciado para disputar a Prefeitura de Piancó agora em 2016? Diferenciado no sentido de não ter vínculos históricos nem laços familiares com os que já passaram pela  administração pública e não corresponderam com as expectativas do eleitor e consequentemente, do povo. Temos visto nos últimos 50 (cinquenta) anos, pesquisando um pouco sobre a política local, que um mesmo grupo administra a cidade todo esse tempo. Trocam-se os nomes, mas os laços familiares e as ideias são as mesmas. Nada muda... O "modus operandi", ou modo de operação/administração é o mesmo. Em administração, modus operandi designa a maneira de realizar determinada tarefa segundo um padrão pré-estabelecido que dita as maneiras de como agir em determinados processos.

No caso dos assassinos em série, o mesmo modo é usado para matar as vítimas: este modo identifica o criminoso como o mesmo autor de vários outros crimes. Não é o caso em epigrafe (o mote). Mas serve para exemplificar o que ocorre hoje na política administrativa local.

E ai te pergunto novamente: E se surgisse um nome diferenciado para disputar a Prefeitura de Piancó agora em 2016, o que você faria?

Iria ignorá-lo porque não tem laços familiares ou de corregionalista com os que fazem a política piancoense?

Seria oportuno que a população dissesse que QUEM MANDA AQUI SOMOS NÓS! Assim haveria uma mudança radical na política administrativa e o eleitor/população daria uma lição de moral e ética a esses que sempre acreditaram ser donos do poder em nossa cidade.

O eleitor não sabe o valor e a importância que tem num processo eleitoral. A força do voto pode mudar todo um sistema arbitrário e arcaico que está ai a mais de 50 anos.

Imaginar que porque Fulano é pobre e não tem dinheiro pra atender (comprar votos) os apelos do eleitor, é pura burrice. É o chamado Analfabeto Político, como bem disse Bertolt Brecht. E ele ainda fala em uma das suas celebres frases que "A vida é curta e o dinheiro também". Trocar o voto, algo muito importante, por um punhado de dinheiro, não vai valer nada. Em pouco tempo você estará a bater a porta daquele que lhe deu essa "esmola" criminosa, e este lhe dirá em alto e bom som: - Não venha mais aqui; já paguei pelo seu voto! E perde todos nós porque nossa cidade não vai progredir, pois aquele que lhe deu o dinheiro tentará recuperar através dos cofres públicos, das obras superfaturadas, das "pedaladas" da vida.

Por ser simples e pobre financeiramente não significa que a pessoa, bem instruída e de boa índole, não possa ser o prefeito de, por exemplo, Piancó. Talvez estejamos perdendo a oportunidade de realizar algo grandioso nessas eleições, que acontecerá no dia 02 de outubro. Imagine você ai agora, nesse momento, fazendo a opção por um nome novo e sério, honesto, inteligente, conhecedor dos problemas da cidade (e da população), responsável, e temente as leis divinas e dos homens... Seria um fato histórico se nós colocássemos alguém independente e sem vícios políticos, para ser o nosso Administrador, o nosso Prefeito. É dificl a realização desse Projeto - que não é um sonho -, porque as pessoas estão viciadas pelas regalias, pelas esmolas, pelos afagos e beijos falsos, pelas promessas nunca cumpridas, pelas visitas fora de hora, pelas ideias que ficam só no papel e nos discursos. 

Você viu algum prefeito eleito cumprir o seu programa de governo registrado no TRE no ato do registro da sua candidatura? Nunca! E nem vai cumprir, porque eles sabem que o povo não ler, não procura conhecer a vida pregressa daquele político que se diz honesto e na verdade não passa de um Ficha Suja. Senão Suja na Justiça, mas Suja nos Mandamentos Cristãos.

Pessoal chegou o grande momento de fazermos uma história nova, com nomes novos, sem vícios políticos e com ideias possíveis de ser realizadas.

Existe uma frase que diz: "Se não levar pra casa, o dinheiro dá pra fazer muita coisa". Mas quem gasta quase um milhão de reais num tempo desse, numa campanha eleitoral, com certeza essa pessoa vai ter que recuperar o dinheiro gasto de alguma forma. O filósofo Nelson Barh tem uma frase que pode exemplificar o que estamos falando nesse parágrafo: "Quase sempre, onde tem muito dinheiro...tem ladrão e corrupção". Mas se tem pessoas sérias e honestas que não usaram um milhão numa campanha eleitoral, o ladrão e a corrupção não vai existir no lugar que tem muito dinheiro. Esse dinheiro vai ser usado para a Saúde, a Educação, a Cultura, o Meio Ambiente, a Agricultura, a Urbanização e tantas outras coisas.

Pensem... Raciocinem... A nossa oportunidade está ai, batendo às nossas portas. Basta criarmos vergonha na cara e entender que um voto não é um objeto de troca nem uma moeda sem valor, mas é algo que pode mudar a vida de uma população por completo.

* Historiador, Jornalista (DRT-PB 3085), Professor de Sociologia na Escola Estadual Poeta José Lins do Rêgo e Escola Estadual Prof. Orlando Gomes Cavalcnte (João Pessoa)

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