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Aaron Alexis, o assassino. |
O
interesse da velha imprensa pelo caso do atirador Aaron Alexis, um
ex-militar que matou 12 pessoas numa base naval em Washington nesta
segunda-feira, tem despencado em queda livre nas últimas horas. O caso é
exemplar como prova de que qualquer notícia que não reforce a narrativa
dos jornalistas é descartada e que entre o interesse público e a agenda
política a segunda sempre vencerá.
Para
começar, Aaron Alexis é negro e budista, o que já é meio caminho para
que a história seja enterrada junto com ele. Em 2011, quando o
esquizofrênico Anders Behring Breivik, um branco norueguês
“ultradireitista” (seja lá o que isso signifique), fez seus disparos, a
tragédia serviu de desculpa para todo tipo de sociologia de botequim,
daquela que a TV brasileira comete sempre que um caso possa servir para
vender um embuste ideológico. Já Aaron, que não tem o physique du rôle desejado, deve rapidamente ser esquecido.
Quando
Trayvon Martin foi morto por George Zimmerman, Barack Obama deu um
discurso em que sugeriu que Martin poderia ser seu filho. E Aaron
Alexis, não poderia também? Ou Barack Obama só adota seletivamente os
negros que se encaixam na sua narrativa política?
O mesmo
fenômeno aconteceu em 2012 com o “atirador de Toulouse”. Minutos depois
da notícia de que um atirador havia espalhado o terror naquela cidade
do sul da França, jornais do mundo inteiro começaram a especular sobre o
crime de ódio dos brancos europeus contra imigrantes até que se
descobriu que o terrorista se chamava Mohamed Merah e era um argelino
muçulmano com ligações com a Al Qaeda. O nome de Merah foi rapidamente
apagado do noticiário e toda sociologia de pé quebrado retirada às
pressas das pautas.
O caso
de Aaron Alexis é ainda mais embaraçoso para os politicamente corretos e
ativistas em geral quando se conhece os detalhes que vão emergindo a
cada momento e que vão além da cor e da religião “erradas” para que ele
pudesse ganhar teses de doutorado e mesas redondas na CNN e na
GloboNews.
Os
jornais tentaram emplacar a tese de que Aaron usou uma AR-15 e que uma
arma como esta não deveria estar nas mãos de um desequilibrado mental, o
que ninguém discute. Só que o atirador, sabe-se agora, não carregava
uma AR-15 mas pistolas de mão, daquelas que mesmo os mais ferrenhos
ativistas contra as armas legais nos EUA não ousam pensar em proibir.
Outro
ponto que a imprensa e os ativistas fogem é o chamado “profiling”, ou
seja, um conjunto de medidas preventivas que os órgãos de segurança
poderiam adotar para minimizar o risco desse tipo de tragédia.
Basicamente o procedimento é monitorar cidadãos com o padrão de
comportamento amplamente conhecido pelo FBI como reclusão repentina,
súbito interesse por armas, mensagens violentas em redes sociais, entre
outros sinais de que algo pode dar errado em breve. Há uma série de
procedimentos a se adotar nesses casos e, se houvesse mais denúncias, é
claro que muitas mortes seriam evitadas.
Segundo
um estudo do próprio FBI, na maioria dos casos os atiradores revelam
seus planos para parentes e amigos, que deveriam ser orientados para
denunciar o potencial terrorista e tentar salvar a vida de inocentes,
muitas vezes crianças. Estes vizinhos, amigos ou parentes, até
psiquiatras que em muitos casos acompanhavam o futuro atirador, hoje não
são incentivados a reportar para as autoridades o risco potencial
identificado naquela determinada pessoa, já que isso seria
“preconceituoso” e politicamente incorreto e, em nome dessa escolha
ideológica barata, mais e mais pessoas morrem.
Mesmo
com tudo isso, o mais importante assunto de todos sobre esses
assassinatos seriais é uma aberração assassina chamada “gun free zones”
(zonas livres de armas), o que inclui escolas, universidades e bases
militares como as de ontem, não por coincidência os locais preferidos
dos atiradores.
Uma
“gun free zone” é nada mais que um aviso a qualquer assassino em
potencial de que, se ele estiver armado, nada vai impedir que ele faça o
que quiser naquele local, que ninguém terá como se defender. O inferno
das boas intenções.
A “gun
free zone” é a materialização de todas as perversões ideológicas num
local físico em que serem humanos são transformados em alvos indefesos
por políticos que normalmente passam a vida longe desse tipo de risco,
trafegando em carros blindados e rodeados de seguranças, como Bill
Clinton, seu maior entusiasta e em cujo governo elas se espalharam como
praga.
É bom
lembrar também o caso ocorrido em 2009 na base militar de Fort Hood,
quando o major muçulmano Nidal Malik Hasan matou 13 companheiros de
trabalho e feriu outros trinta gritando “Allahu Akbar” (Deus é grande)
enquanto fazia os disparos em outra “gun free zone”.
Como
explicar que uma base naval, local de trabalho de militares, é uma zona
proibida para armas, desafia a lógica, o bom senso e a sensatez. Mais do
que mortos por balas, as doze vítimas de Aaron morrem por não poderem
se defender, mesmo dentro de uma área militar e frequentada por
profissionais das forças armadas, que assim vão ficando cada vez menos
uma “força” e muito menos “armadas”.
Por que atiradores não
escolhem locais repletos de gente armada para fazerem seus disparos? Por
que sempre escolhem as “gun free zones”, mera coincidência? Por que não
se faz uma campanha de conscientização da população para denunciar
potenciais atiradores para as autoridades? Não espere ver qualquer um
desses temas debatidos na grande imprensa. Como Aaron Alexis é negro,
budista, atirou com pistolas de mão numa “gun free zone”, sua história
simplesmente não interessa e tem tudo para ser rapidamente esquecida.
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